”talvez … tenha sido feito para amar
… ama muito A mulher
mas … só queria amar A mulher
só ela pode se definir como A mulher
ela não existe”
(autor desconhecido)
Em minha tentativa de entender as possíveis faces do conceito de amor e suas possíveis experiências modeladoras do comportamento associado a tal conceito, faz sentido que eu fale profundamente até os 20 anos de idade, no qual eu me encontro no momento, nas visões social e associacionista, que me geram interesse no momento, propondo uma reflexão própria acerca.
Ela não merece, mas eu queria que ela merecesse, de forma harmônica — Para abordar as experiências relacionadas, gosto da harmonia entre 20 experiências até os 20 anos, não necessariamente uma por ano, nem necessariamente todas ou só elas, mas possivelmente elas, e em vários possíveis momentos associadas entre si, moldando o comportamento que será apresentado na próxima conforme se constrói e se realiza a anterior, realizações programadas e não programadas, boas ou ruins. As ruins externas, e as ruins internas como as falsas idealizações que fazemos despercebidos.
Se coubesse a mim decidir, caberia uma interação contínua. Mas não cabe… cabe a ela. E para ela, não demonstrar faz parte de nossa rotina, a rejeição à demonstração está presente, se ausentando em breves interações, ressurgindo como desrelações. Até onde a idealização invade meu julgamento? De que valores estamos falando? — De que modo a idealização está presente e atua como influenciadora no amor?
As lentes da paixão beiram o delírio e nos permitem olhar para o outro com uma gentileza que quase rompe com a realidade. Porque na paixão idealizamos o outro, não a partir dele mesmo, mas a partir daquilo que gostaríamos que ele fosse. Mas, se tudo funciona bem, o outro cai do pedestal que lhe oferecemos e demonstra sua preferência por vestir sua própria pele, em vez da fantasia que costuramos para ele. (Suy, 2022, n.p)
Idealização possivelmente gerada nas experiências anteriores, mas quais experiências são essas? Talvez não seja possível listar todas, por isso, limitar a algumas possíveis me deixa mais confortável. É complexo definir tipos de amor e suas expressões, visto que cada relação e indivíduo são únicos, mas, podemos refletir sobre padrões recorrentes sem rotular ou julgar.
Cabe a mim amar? Certamente cabe a mim ser amado. O que eu fiz para merecer? O que alguém deve fazer para merecer ser amado? — Aproveitando, quero começar a pontuar alguns amores característicos:
Partindo agora para aqueles amores que se mostram a partir das interações do indivíduo com o contexto social que é inserido, sem realocá-los a figuras especificas, apenas caracterizando:
Partindo para uma segunda etapa do conceito amor como experiencia, podemos avançar para aqueles mais complexos, mais marcantes:
Ressalto que não quero dizer que essas experiências acontecem sempre em conjunto, elas com certeza variam, e conforme nosso experienciar continuo a percepção de amor mudará, gerando grande impacto em nosso comportamento, moldando a possibilidade da próxima experiência acontecer ou não, como irá acontecer e qual será, baseado nos amores que produziram conforto e os que deixaram cicatrizes, amizades que viraram paixões, paixões que viraram frescor, cada pessoa importante à sua maneira, cada relação moldando um pouco mais seu jeito de amar, seus acertos, erros, anseios e desejos.
Minha reflexão encerra a lista aqui de forma confortável, com 13 possíveis experiencias do amor, para que tenha seus últimos implementos preenchidas pelo leitor com base em sua subjetividade, e assim chegue a 20 formas de expressar o amor, faço o convite para sua reflexão acerca do texto, e como gatilho a deixo incompleta, inserindo também neste ponto o amor por si mesmo como o 14°, me parece uma ótima forma de começar. Para isso encerro com está fala de Edgar Morin (2003):
Aprendizado da auto-observação faz parte do aprendizado da lucidez. A aptidão reflexiva do espírito humano, que o torna capaz de considerar-se a si mesmo, ao se desdobrar – aptidão que certos autores como Montaigne ou Maine de Birán exerceram admiravelmente –, deveria ser encorajada e estimulada em todos. Seria preciso ensinar, de maneira contínua, como cada um produz a mentira para si mesmo, ou self-deception. Trata-se de exemplificar constantemente como o egocentrismo autojustificador e a transformação do outro em bode expiatório levam a essa ilusão, e como concorrem para isso as seleções da memória que eliminam o que nos incomoda e embelezam o que nos favorece (seria o caso de estimular a escrita de um diário e a reflexão sobre os acontecimentos vivenciados). (p. 53)
Morin, E. (2003). A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento (8a ed.). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
Suy, A. (2022). A gente mira no amor e acerta na solidão (1a ed.). São Paulo: Planeta do Brasil.
Scalene. (2016). Entrelaços (G. B. Jardim & T. B. Jardim, Eds.). Som Livre.
ABNT — SILVA, V. J. P. 20 amores antes dos 20. CadernoS de PsicologiaS, n. 4. Disponível em: https://cadernosdepsicologias.crppr.org.br/20-amores-antes-dos-20/. Acesso em: __/__/___.
APA — Silva, V. J. P. (2023). 20 amores antes dos 20. CadernoS de PsicologiaS, 4. Recuperado de: https://cadernosdepsicologias.crppr.org.br/20-amores-antes-dos-20/