Revista CadernoS de PsicologiaS

“Bora jogar para aprender”:
intervenção neuropsicológica no contexto da Covid-19

Tatiana Izabele Jaworski De Sá Riechi
Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Paraná

Psicóloga (CRP-08/04418). E-mail: riechi@ufpr.br
Giulia Rell de Cosmo Martins
Universidade Federal do Paraná. Graduanda do Curso de Psicologia

E-mail: giulia.rcm@ufpr.br
Pietra Diovanna Saladini de Cecco
Universidade Federal do Paraná. Graduanda do Curso de Psicologia

E-mail: pietracecco@ufpr.br
Angel Miríade
Universidade Federal do Paraná. Graduanda do Curso de Psicologia

E-mail: angel.miriade@ufpr.br
Tatiele dos Santos Telaska
Laboratório de Neuropsicologia da Universidade Federal do Paraná

Psicóloga (CRP-08/23907). E-mail: tatieletelaska@gmail.com
Katiane Janke Krainski
Programa de Pós-graduação da Universidade Federal do Paraná. Mestranda em Neuropsicologia.

Psicóloga (CRP-08/26295). E-mail: katiane.janke@gmail.com
Iara de Moura Engracia Giraldi
Programa de Pós-graduação da Universidade Federal do Paraná. Doutoranda em Neuropsicologia.

Psicóloga (CRP-08/24927). E-mail: iaragiraldi@ufpr.br
Kriscieli Fonsaca
Programa de Pós-graduação da Universidade Federal do Paraná. Mestranda em Neuropsicologia.

E-mail: kriscielipsicopedagogia@gmail.com
Thaís da Glória Messias Fogaça
Laboratório de Neuropsicologia da Universidade Federal do Paraná.

E-mail: thaismessiasg@gmail.com
Rebecca Nóbrega Ribas Gusso Harder Janke
Programa de Pós-graduação da Universidade Federal do Paraná. Mestranda em Neuropsicologia.

Psicóloga (CRP-08/30707). E-mail: rebecca.njanke@gmail.com
#Relatos_de_Experiência

Resumo: A pandemia da Covid-19 impôs o desafio de repensar a prática da Psicologia garantindo o acesso à população em isolamento social. Considerando o impacto desse período no desenvolvimento de crianças pré-escolares e do ensino fundamental, o presente trabalho teve o objetivo de apresentar uma proposta de intervenção neuropsicológica acessível baseada em jogos como instrumentos de apoio à autonomia parental durante a pandemia. O método consistiu na atuação em focos de trabalho (pais, crianças, profissionais e ação social) através de programas em diferentes plataformas da internet. Os resultados mostraram que o alcance do projeto foi de mais de 2.000 pessoas e 831 acessos diretos. Também foi identificado o acesso majoritariamente feminino de faixa etária entre 25-34 anos. Portanto, foi possível observar a viabilidade da intervenção neuropsicológica online respeitando as particularidades e potenciais dessa plataforma, para assim promover o apoio à população comprometida pelo isolamento social.

Palavras-chave: COVID-19; intervenção neuropsicológica; práticas parentais.

“Let’s play to learn”: neuropsychological intervention in the Covid-19’s context

Abstract: The Covid-19 pandemic imposed the challenge of rethinking the practice of Psychology, guaranteeing access to the population in social isolation. Considering the impact of this period on the development of preschool and elementary school children, the present study aimed to present an accessible neuropsychological intervention proposal based on games as instruments to support parental autonomy during the pandemic. The method consisted of operating in different targets (parents, children, professionals and social action) through programs on different internet platforms. The results showed that the project reached more than 2,000 people and 831 direct accesses. Also, it was identified that the majority of the accesses were made by women aging from  25 to 34 years old. Therefore, it was possible to observe the viability of online neuropsychological intervention, respecting the particularities and potentials of this platform, in order to promote support for the population compromised by social isolation.

Keywords: COVID-19; neuropsychological intervention; parenting practices.

“Juguemos para aprender”: intervención neuropsicológica en el contexto de Covid-19

Resumen: La pandemia de Covid-19 impone el desafío de reconsiderar la práctica de la Psicología garantizando el acceso a la población en aislamiento.. Considerando el impacto del período en el desarrollo de niños preescolares y de escuela primaria, este trabajo tiene la meta de presentar una propuesta de intervención neuropsicológica accesible, basada en juegos como instrumentos de apoyo a la autonomía parental durante la pandemia. El método consistió en la actuación de enfoques de trabajo (padres, niños, profesionales y acción social) a través de programas en diferentes plataformas del internet. Los resultados muestran que el proyecto alcanzó más de 2.000 personas y tuvo 831 accesos. También fue identificado el acceso mayoritario femenino entre 25-34 años. Así que, fue posible observar la viabilidad de la intervención neuropsicológica online, respetando las particularidades y potencias de esa plataforma, para así promover el apoyo a la población comprometida por el aislamiento social.

Palabras clave: COVID-19; intervención neuropsicológica; prácticas parentales.

Introdução

O ano de 2020 foi marcado pela pandemia causada pela COVID-19. Em função disso, como em todas as áreas da Psicologia, os profissionais da Neuropsicologia tiveram que repensar seu espaço de prática e o papel social da profissão nesse momento.

De acordo com o Banco Mundial (World Bank Group, 2020, 7 de maio), o fechamento de escolas e a crise econômica oferecem riscos em relação ao atraso na aprendizagem, bem como, à evasão escolar e à diminuição da qualidade de ensino. O grupo ainda reitera que o impacto se dará expressivamente entre crianças de 0-8 anos.

Além disso, o contexto de estresse e isolamento social apresentam impactos em comportamentos e hábitos de alimentação e sono dessa faixa etária, uma vez que para crianças é muito mais difícil racionalizar todas as restrições impostas por esse período (Comitê Científico do Núcleo Ciência Pela Infância, 2020).

Um levantamento realizado pelo Ibope para o Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância- UNICEF (2020) aponta que aproximadamente 40% dos brasileiros residem com crianças e adolescentes até 17 anos. Destas, 63% relataram diminuição na renda familiar bruta durante o período da pandemia. Atualmente, estima-se que 9% das crianças brasileiras em idade escolar não estão realizando nenhum tipo de atividade escolar em casa (UNICEF, 2020a).

Nesse sentido, a medida imediata para mitigar esses efeitos está na assistência parental que passa a ocupar uma posição fundamental de proteção e promoção do desenvolvimento das crianças nesse período (Early Childhood Development Action Network, 2020).

Diante dessa realidade e em resposta à chamada para ações voluntárias extensionistas de enfrentamento ao novo Coronavírus, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o Laboratório de Neuropsicologia da UFPR (LabNeuro UFPR) iniciou o projeto “Bora Jogar Para Aprender”. Projeto de Extensão Aprovado Pelo Edital Extraordinário PROEC/UFPR Nº. 01/2020 – Chamada Para Divulgação de Ações Voluntárias Extensionistas de Enfrentamento ao Novo Coronavírus.

O projeto é formado por quatro frentes: (1) PROGRAMA COCORUTO: um programa semanal de interação entre profissionais, crianças e suas famílias, com o objetivo de incentivar a utilização de jogos de tabuleiros e atividades lúdicas como forma de estimulação da aprendizagem em casa; (2) PROGRAMA SIRICUTICO: podcast quinzenal com profissionais e acadêmicos para discussões e orientações sobre os principais desafios dos pais em tempos de pandemia; (3) E-book para profissionais: material de capacitação para profissionais da saúde e educação quanto ao processo de aprendizagem infantil; (4) ESSE JOGO ESTÁ EM SUAS MÃOS: projeto social de arrecadação de jogos de tabuleiro para distribuição em comunidades carentes, a fim de promover a aprendizagem por meio de jogos.

Através do exposto, o projeto do LabNeuro UFPR tem como objetivo prestar apoio direto à população infantil, e consequentemente aos seus cuidadores, educadores e comunidade. Nesse sentido, o desafio empreendido foi de permitir que o apoio chegasse à comunidade sem o clássico espaço da clínica ou dos instrumentos de testagem e intervenção, mas pela internet.

Isso porque a popularização do acesso à internet situou a tecnologia em um lugar de transformação cultural. Nesse sentido, as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) possibilitam novas formas de gerenciar e construir conhecimento remodelando os papéis outrora desempenhados na atenção à educação (Sistema de Información de Tendencias Educativas en América Latina, 2019).

Isto posto, o Projeto Bora Jogar Para Aprender se utiliza de redes sociais para uma ação acessível de amparo e empoderamento dos pais na educação de seus filhos em tempos de medidas de distanciamento social, bem como a consolidação do papel da família e dos jogos na aprendizagem infantil.

Referencial Teórico

A Sociedade da Informação

As transformações tecnológicas aceleradas ocorridas no final do século XX levaram ao surgimento da “sociedade da informação”, que consiste em uma sociedade com alto poder de transmissão de informações, armazenamento de dados e alta velocidade de conexão entre as mais diversas partes do globo. Essa grande capacidade de comunicação assume um papel maior do que a pura transmissão de informações, incorrendo em transformações sociais, políticas, econômicas e culturais (Mateia, 2018; Pires, 2014). Um dos desdobramentos desse contexto é a grande mudança na forma como as pessoas estabelecem relações umas com as outras, pois a internet é um meio de comunicação que propicia a troca de informações de forma rápida e em grande escala.

É bastante peculiar também a disparidade entre as gerações que coabitam esse ambiente. De um lado há as gerações que até então encontravam-se em meio a um contexto desconectado, buscando se adaptar a essas mudanças, aprendendo a lidar com as novas tecnologias de comunicação. Em contrapartida, há os jovens que se desenvolvem em um ambiente de amplo acesso às tecnologias de informação e comunicação (TICs), o que levou muitas crianças a trocarem brincadeiras pessoais (com contato físico), por jogos eletrônicos que são mediados por aparelhos como celulares, tablets, computadores e videogames (Castells, 2004; Mateia, 2018).

TICs e Serviços de Saúde

O desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação também tem grande impacto no campo de prestação de serviços. Especificamente em relação à área da saúde está ocorrendo um crescimento acelerado dos atendimentos médicos realizados à distância (El Khouri, 2003). A isso a Organização Mundial da Saúde (OMS) denomina como “telemedicina”:

[…] oferta de serviços ligados aos cuidados com a saúde, nos casos em que a distância é um fator crítico: tais serviços são providos por profissionais da área de saúde, usando tecnologias de informação e de comunicação para o intercâmbio de informações válidas para diagnósticos, prevenção e tratamento de doenças e a contínua educação de provedores de cuidados com a saúde, assim como para fins de pesquisas e avaliações; tudo no interesse de melhorar a saúde das pessoas e de suas comunidades. (El Khouri, 2003, p.90)

A prática da telemedicina permite a democratização do acesso à saúde, tendo em vista que há grande desigualdade na sociedade no tocante à obtenção de serviços médicos. Há muitos locais que são carentes de atendimento especializado devido à precariedade de sua estrutura de assistência médica e distância de grandes centros. A telemedicina promove acesso a maior número de pessoas e menor custo de atendimento. Além disso, conforme a definição da OMS, a telemedicina também permite que haja maior acesso a informações na área da saúde, contribuindo, assim, para a ampliação do conhecimento de profissionais e pacientes (Binda Filho & Zaganelli, 2020; Cullum, Hynan, Grosch, Parikh, & Weiner, 2014; Urtiga, Louzada, Lúcia, & Costa 2004). Porém, conforme aponta El Khouri (2003), é preciso considerar um conceito mais amplo no que tange à prestação de serviços na área da saúde, adotando o termo telessaúde ao invés de telemedicina, para que se englobe os mais diversos campos da saúde, como a Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Psicologia.

Especificamente em relação à prestação de serviços na área de Psicologia, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) autorizou o atendimento por meios tecnológicos de comunicação à distância a partir de 2012, por meio da resolução CFP nº 011/2012. Ainda que seja bastante recente, essa expansão das possibilidades de atendimento psicológico já demonstra trazer grandes benefícios, ao ampliar e democratizar as formas de acesso a esse serviço, tanto na prática clínica, quanto diagnóstica. Diversos estudos vêm atestando a efetividade dos atendimentos e diagnósticos feitos remotamente na área da Psicologia (Bernardo-Ramos, Franco-Martín, & Soto-Pérez, 2012; Martínez, Llamas-Salguero, & López-Fernández, 2016; Fichman, Uehara, & Dos Santos, 2014; Pires, 2014; Valério, 2018).

As TICs em meio a pandemia Covid-19

A pandemia da Covid-19 que atingiu o mundo no ano de 2020 impôs a necessidade de reestruturação da vida social. Tendo em vista que, a adoção do distanciamento social foi compulsória para que se pudesse conter o avanço do vírus, houve o fechamento das instituições educacionais, adoção de práticas de ensino realizadas à distância, e o exercício de regime de trabalho home office para os casos em que era possível continuar exercendo as funções laborais de forma remota. Ademais, as atividades de lazer ficaram restritas ao ambiente doméstico, tendo em vista o fechamento de instituições culturais e recreativas, parques e estabelecimentos comerciais (Agarwal & Sunitha, 2020; Bahn, 2020).

Nesse aspecto, as TICs se tornaram ainda mais cruciais para a realização de grande parte das atividades que anteriormente eram realizadas fora do ambiente doméstico. Além disso, a difusão de informações tem sido essencial para o enfrentamento da pandemia. Em função disso, foi possível acompanhar o início e evolução da pandemia na China, sua expansão para dezenas de outros países, sua chegada e disseminação pelo Brasil. E nesse processo a divulgação de informações científicas e das práticas de saúde que estavam sendo adotadas nos mais diversos países foi essencial para conter e desacelerar o avanço da Sars-CoV-2 (Pompeu, Silva, Avelino, & Ferraz, 2020; Ting, Carin, Dzau, & Wong, 2020).

As TICs também estão sendo fundamentais durante a pandemia da Covid-19 para aproximar as pessoas durante um período em que o contato físico se tornou bastante restrito. As tecnologias da comunicação se tornaram o meio através do qual as pessoas conseguem manter contato umas com as outras, mesmo que estejam fisicamente separadas. Inúmeros foram os casos noticiados pela mídia de familiares que fizeram uso de videochamadas para manterem o contato no período da quarentena (Blasi, 2020; Feltrin, 2020, 12 de abril; Malavé, 2020, 18 de maio); de pessoas pertencentes aos grupos de risco que encontraram nesses meios de comunicação uma forma de não estarem sozinhos (Agência de Notícias do Paraná, 2020, 27 de março; Mendes, 2020, 06 de maio); e de pacientes hospitalizados devido à Covid-19 que puderam entrar em contato com seus entes queridos por meio de celulares e tablets disponibilizados nos hospitais para esse fim (G1-PE, 2020, 05 de maio; Saúde Debate, 2020).

Além disso, as tecnologias de comunicação também foram essenciais para que muitas pessoas pudessem continuar exercendo suas atividades laborais durante o período de isolamento social (Lima, 2020, 01 de abril; Mello, 2020, 28 de julho). Foram igualmente cruciais para que se pudesse dar continuidade ao ano letivo de forma remota, tendo em vista o fechamento de escolas e demais instituições educacionais (Marini, 2020, 03 de maio). Contudo, ao transferir para o ambiente doméstico toda uma série de atividades que eram exercidas em ambientes externos ocorreu uma alteração considerável da rotina de muitas famílias. Foram recorrentes os relatos de pais que estavam enfrentando dificuldades para se adaptar a essa nova realidade que se impôs devido a essa pandemia. Divididos entre o exercício de suas atividades laborais, o cuidado com os filhos e os afazeres domésticos, muitos pais se viram compelidos a assumirem também o papel de facilitadores do aprendizado escolar de seus filhos (G1, 2020, 22 de maio; Furlaneto, 2020, 11 de abril; Tajra, Bermúdez, & Sobrinho, 2020, 12 de maio).

É nesse contexto que nasce, na forma de TICs na Psicologia em meio a pandemia Covid-19, o projeto de extensão “Bora Jogar para Aprender”, visando oferecer diferentes ferramentas de comunicação e interação suplementares à comunidade, elaboradas a partir da realidade sociocultural e das demandas da sociedade brasileira. A emergência estabelecida pela pandemia da Covid-19 exige que a Psicologia brasileira, como ciência e profissão, desenvolva rapidamente métodos de acesso à população, como aos pais que estão buscando se ajustar a toda essa mudança de rotina no ambiente doméstico, às crianças que estão longe da escola e do convívio social de seus amigos, e aos profissionais da saúde e educação, que trabalham com o público infanto-juvenil.

Método

As ações do projeto Bora Jogar Para Aprender estão em andamento. Desta forma, serão apresentados quais os procedimentos adotados até o momento, assim como os dados parciais.

A população-alvo é composta por crianças pré-escolares e integrantes do ensino fundamental e sua comunidade (pais, familiares), assim como profissionais da saúde e educação que atuam com crianças da faixa etária supracitada. Sendo assim, o projeto é composto por uma estrutura com quatro focos de atuação – pais, crianças, ação social e profissionais – a fim de amparar de forma ampla a população-alvo. No momento, dois dos quatro programas tiveram início, o PROGRAMA COCORUTO e o PROGRAMA SIRICUTICO.

Os meios de divulgação dos trabalhos são o Instagram (borajogar.ufpr) e Facebook (Bora Jogar Para Aprender). Além disso, o projeto possui um e-mail institucional para contato (borajogarparaprender@ufpr.br). A divulgação e o gerenciamento das páginas, roteirização e produção dos programas são realizados pelo grupo de extensão do projeto, composto por alunas de graduação, pós-graduação, profissionais colaboradores e docentes.

O programa PODCAST SIRICUTICO, voltado para o apoio à autonomia parental, recebe quinzenalmente profissionais da Psicologia e áreas paralelas- como Educação e Pediatria- para uma discussão de acordo com a seguinte estrutura: respostas a dúvidas dos ouvintes, esclarecimento de mitos e sugestões de medidas práticas que os pais podem tomar na relação com os filhos, para os mais diversos problemas cotidianos fruto da pandemia. 

O programa conta atualmente com seis episódios disponíveis nas plataformas: SoundCloud, Spotify, Deezer e ITunes. O episódio zero foi resultado de uma live de conversa com todos os membros da equipe, elaborada para divulgação do podcast. As gravações do podcast são realizadas por meio da plataforma de vídeo Zoom e posteriormente editadas com o aplicativo Audacity, pelas participantes do projeto.

Em relação ao foco nas crianças a ação do PROGRAMA COCORUTO foi inicialmente feita por meio de lives quinzenais posteriormente substituídas por um programa gravado composto por dois blocos com menor duração A estrutura apresenta quatro quadros: (1)“Bora Jogar”, espaço de apresentação de jogos pedagógicos da empresa parceira IDEA Jogos, na qual participantes do projeto jogam com crianças convidada e seus pais; (2) “Cocorutando”, quadro destinado à informações e curiosidades históricas sobre jogos; (3) “Fábrica de Jogos”, espaço de orientação de montagem e prática de um jogo criado pelo projeto para ser feito pelos espectadores; (4) “Diário de quarentena”, quadro de divulgação de vídeos enviados pelos espectadores sobre seu cotidiano no período de pandemia.

As duas lives foram planejadas e realizadas em parceria com a empresa IDEA jogos, em conjunto com membros do projeto. O contato virtual foi feito na plataforma de vídeo Zoom e transmitido para o Instagram e o Youtube dos parceiros. As crianças escolheram e receberam previamente um jogo da empresa e em casa, sem custos. Por fim, na live, a profissional, a criança e os pais jogaram o jogo a distância, discutiram curiosidades acerca do tema do jogo e demonstraram diferentes formas de utilizar o jogo como forma de aprendizagem. O programa gravado manteve a parceria com a empresa, com gravações realizadas pelas participantes do projeto.

Resultados e Discussões

As redes sociais do projeto (Instagram e Facebook) foram utilizadas para a divulgação dos programas, contato com o público e para a produção de conteúdos relacionados a eles. Um exemplo disso é a sugestão semanal de um filme infantil e, a partir dele, uma proposta de atividade que pode ser realizada em família. Atualmente, a página do Instagram conta com 334 seguidores, sendo o público em sua maioria localizado em Curitiba-PR, mulheres e com idades de 25 a 34 anos. Já a página do Facebook alcançou aproximadamente 3.500 pessoas entre Julho e Setembro de 2020. O perfil do público também é semelhante ao do Instagram, ou seja, maioria de Curitiba-PR, mulheres e de 25-34 anos.

O perfil predominante feminino pode ser justificado por alguns fatores, concordando com os dados do Conselho Regional de Psicologia, em que se mostra que a maioria dos profissionais da Psicologia no Brasil são mulheres, os dados correspondem ao objetivo do projeto de atender profissionais por meio das atividades propostas (Recuperado de http://www2.cfp.org.br/infografico/quantos-somos/ em 12 de Agosto de 2020). Por outro lado, o perfil majoritariamente feminino pode se dar devido ao que dados apontam com uma tendência de atividades domésticas e de educação dos filhos estarem mais associadas às mulheres que aos homens (Candido, & Campos, 2020, 14 de maio), o que tem ocorrido ainda mais durante a pandemia. Isso pode resultar em menor interesse dos homens sobre conteúdos voltados para a família e educação dos filhos, atribuindo às mulheres preocupações que levam ao maior interesse pelo projeto Bora Jogar Para Aprender e seus componentes.

O PROGRAMA COCORUTO, produziu como resultados a apresentação de variados jogos do acervo da empresa parceira (IDEA Jogos) voltados ao estímulo de diferentes habilidades cognitivas, como memória, atenção, percepção visual e funções motoras. Além disso, apresentou duas propostas de jogos para serem fabricados pelas famílias em casa, bem como curiosidades e informações históricas e científicas. O programa, composto – até o momento da elaboração deste trabalho – por seis vídeos. As duas primeiras lives, disponíveis no canal do Youtube IDEA Jogos somam 846 visualizações. Em seu novo formato, o programa teve um total de 703 visualizações no Youtube e 377 visualizações no Instagram.

Por outro lado, o PODCAST SIRICUTICO, apresentou a estrutura de roteiro com maior ou menor flexibilidade de acordo com os convidados. Dentre os temas já explorados e agendados para gravação estão as dúvidas e dificuldades de auxiliar os filhos com as aulas remotas, a sensação de culpa e impotência dos pais diante das consequências da pandemia, alterações emocionais das crianças na pandemia, bem como estresse e hábitos de sono.

O podcast, até então composto por 6 episódios disponíveis nas plataformas Soundcloud, Spotify, ITunes e Deezer – soma 565 acessos, portanto, forneceu informações de qualidade científica de maneira acessível para um grande número de famílias. O uso de diversas plataformas digitais segue o objetivo de assegurar a acessibilidade do PODCAST SIRICUTICO, considerando a possibilidade de ouvi-lo de forma gratuita nas plataformas mais populares atualmente. Este valor apresentado não representa os números totais do podcast, uma vez que nem todas as plataformas forneceram a contagem de usuários que acessaram o podcast. Sendo assim, os números aqui incluídos representam os dados fornecidos pelo Soundcloud , Deezer e Spotify.

Os resultados quantitativos obtidos pelas mídias digitais expressam diretamente o alcance do programa. Para quantificar de forma mais efetiva o seu impacto, será desenvolvido um projeto para submissão ao comitê de ética e após sua aprovação os resultados poderão ser medidos de forma mais eficiente e disseminados por meio de publicações em periódicos científicos.

Em vista disso, considerando o panorama atual do contexto de intervenção realizada de maneira remota, os futuros resultados esperados são relativos à obtenção de dados que possibilitem o desenvolvimento de novos métodos de atuação em intervenção terapêutica online e presencial com crianças e suas famílias, considerando a oportunidade de realizar intervenção dentro do ambiente cotidiano desses. Além disso, será possível desenvolver, a partir dos atendimentos virtuais, estratégias para proporcionar, futuramente, um ambiente clínico mais confortável para a criança, facilitando a criação do vínculo terapêutico.

Visto que a pandemia da Covid-19 potencializa a crise global dos cuidados na primeira infância (UNICEF, 2020, 22 de julho) é de suma importância promover um espaço de interação mediada entre a criança, o terapeuta e a família como ferramenta de promoção e desenvolvimento de aprendizagem e estimulação das funções sócio afetivas no contexto cotidiano da criança, assegurando a proteção à primeira infância.

Além disso, a disponibilização das intervenções em canal aberto nas plataformas digitais conjuntamente com o incentivo da utilização de jogos de tabuleiro como ferramenta de estimulação global da criança, permite que a informação seja disseminada gratuitamente para a população, possibilitando o acesso à intervenção e à estimulação do desenvolvimento de forma remota. Para além, promove o desenvolvimento de ferramentas de aprendizagem e interação afetiva entre pais e crianças no período de afastamento das atividades escolares presenciais, além de estimular os fatores de proteção ao desenvolvimento infantil.

Por fim, pretende-se que a intervenção proposta e avaliada cientificamente seja oferecida para outras famílias, as quais também serão beneficiadas diretamente. No mais, o grande benefício para a sociedade será o desenvolvimento do conhecimento científico sobre práticas parentais nesse período atípico e a melhora nas relações entre pais e filhos promovidas pelas orientações advindas do programa.

Considerações Finais

O ambiente familiar é o primeiro contexto de aprendizado da criança e tem sido ainda mais relevante durante a pandemia, devido à necessidade de manter-se em isolamento. Entende-se que o papel da família seja trazer proteção e acolhimento para a criança, proporcionar um ambiente seguro para possíveis mudanças de comportamento e humor esperadas neste contexto, (Comitê Científico do Núcleo Ciência Pela Infância, 2020), pois muitas vezes ela não entende as modificações de rotina repentinas. Estes fatores trazem em questão a importância de trazer conteúdos de orientação e acolhimento aos responsáveis em isolamento com crianças. Assim, eles conseguem referências acessíveis de como agir frente ao aumento da responsabilidade sobre o desenvolvimento infantil, assim como do cuidado e regulação do ambiente familiar.

A partir dos dados apresentados, é possível refletir sobre o movimento de informatização de conteúdos e práticas impulsionado pela pandemia e seus potenciais para além deste período. Tem sido viável a realização de ações na Neuropsicologia via internet, não através da transposição da prática clínica às plataformas, mas considerando as particularidades dessa forma de intervenção por meio de ações voltadas aos pais, familiares e profissionais da saúde e educação.

O projeto, ainda que de forma preliminar, alcançou um número significativo de acessos em um curto período de tempo, ressaltando a necessidade de ações voltadas à orientação acessível e acolhimento neste momento de isolamento. Além disso, os acessos forneceram dados do público mais atingido pelos programas, que são mulheres entre as idades de 25 a 34 anos. Por mais que os dados deste trabalho sejam preliminares e sem objetivo de generalização, aponta-se a necessidade de discutir questões como a divisão de responsabilidades familiares e a importância de maior envolvimento dos pais no desenvolvimento infantil, evitando, assim, a ideia de obrigação deste papel sobre as mães.  Aielo-Vaisberg, Gallo-Belluzzo e Visintin (2020) apontam que há uma sobrecarga materna neste período de pandemia e que a discussão da inclusão dos pais nos cuidados deve ser ampliado.

Por fim, ressalta-se mais uma vez a importância deste trabalho e do projeto Bora jogar para aprender para o período de pandemia da Covid-19, como forma de atingir a população através no meio online, assim como para a disseminação acessível entre a população da ciência produzida na universidade pública. As urgências advindas da pandemia da Covid-19 impõem à Psicologia brasileira como ciência e profissão um momento de crescimento e adaptação, que exige o pronto desenvolvimento de métodos e práticas psicológicas. Porém, ressalta-se a importância, que estas sejam baseadas em evidências.

Referências

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Como citar esse texto

APA – Riechi, T. I. J. de S., Martins, G. R. de C., Cecco, P. D. S. de, Miríade, A., Telaska, T. dos S., Krainski, K. J. … Janke, R. N. R. G. H. (2020). “Bora jogar para aprender”: intervenção neuropsicológica no contexto da Covid-19. CadernoS de PsicologiaS, 1. Recuperado de https://cadernosdepsicologias.crppr.org.br/bora-jogar-para-aprender-intervencao-neuropsicologica-no-contexto-da-covid-19.

ABNT – RIECHI, T. I. J. de S. et al. “Bora jogar para aprender”: intervenção neuropsicológica no contexto da Covid-19. CadernoS de PsicologiaS, Curitiba, n. 1, 2020. Disponível em: <https://cadernosdepsicologias.crppr.org.br/bora-jogar-para-aprender-intervencao-neuropsicologica-no-contexto-da-covid-19>. Acesso em: __/__/____.