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Agradecemos sua compreensão durante esse período.
ERRATA: Nas edições 2 e 3 desta publicação, o ISSN 2764-4340 (edição online) foi erroneamente inserido na edição impressa. Menções ao ISSN das edições impressas devem ser substituídas pelo número ISSN 2965-5048 (impresso).
Dois mil e vinte e dois ficará marcado como o ano da retomada das Conferências de Saúde Mental, em suas diferentes etapas municipais, estaduais e nacional. Uma retomada importante das discussões no campo e que se dão em um momento delicado da implantação da Reforma Psiquiátrica no Brasil — a ponto de não serem poucos os que afirmam atravessarmos uma “contrarreforma psiquiátrica”, dado que nestes últimos anos aconteceram muitos revezes políticos em sua implementação.
Os dados justificam a preocupação: hoje o repasse da União às chamadas “Comunidades Terapêuticas” e aos Hospitais Psiquiátricos já ultrapassa o valor do financiamento ao modelo da Atenção Psicossocial. Enquanto os investimentos em CAPS são praticamente congelados, enquanto a Estratégia de Saúde da Família e cuidados em saúde mental na atenção primária é visto como “demodê”, a lógica ambulatorial e o paradigma manicomial avança a passos largos.
Nesse contexto, urge operarmos movimentos de resistência ao desmonte e, ao mesmo tempo, olharmos adiante, rumo às inovações, incrementos, aperfeiçoamentos e destaques que as demandas emergentes de cuidado em saúde mental exigem. Desde os anos 1960 muitos lutaram para que o sonho de uma sociedade sem manicômios fosse sonhado: temos a responsabilidade de continuarmos essa caminhada e de continuarmos sonhando esse sonho.
Entendemos que a defesa do ideário antimanicomial está diretamente relacionada à defesa intransigente dos Direitos Humanos e da ética em psicologia. É com essa perspectiva que a revista CadernoS de PsicologiaS, nesta sua terceira edição, busca estas fagulhas para ecoar as propostas das Conferências de Saúde Mental realizadas e vindouras. Só há Reforma Psiquiátrica, de fato, se esta estiver atrelada à crítica contundente aos espaços de exclusão e institucionalização; só é possível tal operação se a desinstitucionalização ultrapassar os muros dos hospícios e também desmontar os resquícios de práticas manicomiais que aparecem “naturalizadas” ou revestidas de uma assepsia cotidiana — incluindo a desmontagem das engrenagens do racismo estrutural.
Os muros do hospício podem estar “cá dentro”. Por isso optamos por grafar o signo Saúde Mental atrelada à Luta Antimanicomial: a perspectiva aqui ecoa a ideia de que toda saúde é coletiva: não tem mesmo como falar de Luta Antimanicomial sem enfatizarmos a importância das Estratégias de Redução de Danos no contexto das Políticas Públicas voltadas ao cuidado de pessoas que fazem usos problemáticos de álcool e outras drogas, ou sem saudarmos a relevância das Associações de Usuários de Saúde Mental como “cereja do bolo” na participação democrática em um território.
Nesta edição, além das categorias “Relatos de Experiência”, “Estilhaços”, “Resenhas”, “Inquietações Teóricas” e dos “Cadernos Técnicos do CRP-PR”, lançamos mão do recurso de entrevistas e alguns textos “encomendados” por sua pertinência e temática.
Nosso desejo é de que estas tramas aqui esboçadas encontrem, não somente perspectivas, discursos e cooperações, mas também enlaces e parcerias e que destas articulações possamos elaborar leituras críticas dos determinantes sociais envolvidos no processo de saúde/doença, atentas às exigências da contemporaneidade.
A luta continua!
Esta publicação é a versão online (digital) do terceiro número da revista CadernoS de PsicologiaS. Este número teve uma temática específica, portanto os textos aqui expostos versam sobre Saúde Mental e a Luta Antimanicomial, dando eco às Conferências em Saúde Mental ocorridas em 2022. Agradecemos as pessoas autoras, pareceristas, colegas do Conselho Editorial e equipes técnicas do CRP-PR que viabilizaram mais esta entrega importante e necessária à categoria, e renovamos o convite para você poder compor conosco as próximas edições.
Boa leitura!
Psic. Altieres Edemar Frei (CRP-08/20211)
Psic. Guilherme Almeida de Lima (CRP-08/30681)
Psic. Jeniffer Lucas (CRP-08/22481)
Psic. João Batista Martins (CRP-08/07111)
Valdirene Silva Machado – Estagiária da Assessoria de Pesquisas
Alec Bineck Lessa (DRT 1443/PR) – Designer
Samuel Oliveira de Castro – Back-end
Daniel Pagnozzi Ditchfield – Estagiário de Graduação em Publicidade
Psic. Amanda Lays Monteiro Inácio (CRP-08/23410)
Psic. Adriana Pellanda Gagno (CRP-08/06708)
Psic. Bruna Maria de Souza (CRP-08/20232)
Psic. Christiane Henriques Ferreira (CRP-08/22399)
Psic. Daiane Zanqueta (CRP-08/26107)
Psic. Dyeniffer Jessica Bezerra Parisoto (CRP-08/27407)
Psic. Erica Cristina Pereira (CRP-08/IS-269)
Psic. Fernanda Cristina Pamplona (CRP-08/25480)
Psic. Geovana Barbero de Oliveira (CRP-08/22468)
Psic. Guilherme Alcântara Ramos (CRP-08/21249)
Psic. Jefferson Olivatto da Silva (CRP-08/13918)
Psic. Lara Stresser Schmitt Cesar (CRP-08/15778)
Psic. Larissa Schelbauer (CRP-08/19051)
Psic. Marcos Roberto Garcia (CRP-08/06381)
Psic. Mariita Bertassoni da Silva (CRP-08/00101)
Psic. Paulo Penha de Souza Filho (CRP-08/13139)
Psic. Pedro Braga Carneiro (CRP-08/13363)
Psic. Priscila Soares Pereira do Nascimento (CRP-08/12303)
Psic. Thainã Eloá Silva Dionísio (CRP-08/26927)
Psic. Wesley Diego de Godoi (CRP-08/24023)
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