A questão, que parece até trivial, serve para ilustrar a complexidade e a potência de se tramar uma revista como a CadernoS de PsicologiaS. Se em um primeiro momento somos levados a reparar nas mãos das pessoas autoras, colegas da criação visual e conselho editorial, alcançamos só uma parte da trama: há pareceristas, há quem trabalhe com a revisão, há quem usa as mãos para, simplesmente, apoiar, erguer e sustentar a revista. 

Nas mãos. No ar. Na ponta dos dedos: CadernoS de PsicologiaS chega ao seu segundo número, com uma saraivada de ideias que apontam para as diferentes áreas de atuação da psicologia — o que nos faz gostar cada vez mais do S em maiúsculo, pois apostamos na diversidade e heterogeneidade como uma das vacinas contra o fascismo, ao que é uno, mono ou, no máximo, maniqueísta. São muitas as mãos erguidas com punho cerrado para lembrar: não passarão.  

Neste número trazemos uma categoria nova: “Estilhaços”, cuja proposta é acolher textos “de primeira mão”, com o perdão do trocadilho — textos autorais, viscerais, que vem com frescor e coragem. Nos “fascículos” “Inquietações Teóricas” e “Relatos de Experiência” temos uma série de reflexões teóricas e práticas, um vasto repertório de narrativas, que apontam para diferentes fazeres da profissão: a diversidade de ideias se reporta para questões jurídicas, atuação na saúde, na rede socioassistencial, na academia, etc., e, lá no fundo, ecoando, ouvimos um eco de “precisamos lutar e defender Políticas Públicas” que estejam à altura dos tempos delicados que atravessamos. 

Nesta edição, excepcionalmente, também acolhemos manuscritos de colegas de profissionais da Psicologia inscritas em outros estados do Brasil (SC, SP e PE), por conta da articulação da CadernoS de PsicologiaS com o XVII Encontro Paranaense de Psicologia. Sim, continuamos a disputar futuros. E também tivemos de mãos dadas com colegas pareceristas, que gentilmente apreciaram os textos, se propuseram a indicar caminhos, atalhos, melhorias.

Também destacamos a potência do fascículo “Cadernos Técnicos do CRP PR”. Ali estão reunidos ofícios produzidos pela equipe técnica do CRP-PR, alguns destes em parceria e articulação com as comissões setoriais, movimentos sociais e outros setores, que dão conta de mensurar uma parte das ações deste Conselho Regional de Política na defesa intransigente dos preceitos éticos da profissão. Uma preciosa fotografia da atualidade. 

São muitas as mãos de autoras e autores que aceitaram nosso convite e, corajosamente, submeteram seus textos em diversos momentos de pesquisa, daqueles escritos com mãos  mais “calejadas” ao traquejo acadêmico, aos escritos com mãos de mangas que parecem terem sido arregaçadas há pouco. E assim, consolidamos nossa aposta em conectar saberes, práticas, narrativas, discursos e vozes de diferentes cantos, para dar trabalho a quem acha que podemos ser caladas(os/es). 

É com esse espírito que celebramos a chegada do segundo número da revista CadernoS de PsicologiaS. Em mãos, ou na ponta dos dedos: aplausos!