Revista CadernoS de PsicologiaS

O infantil imorredouro: fantasia em psicanálise

Vinícius Romagnolli Rodrigues Gomes
Psicanalista (em formação) - GTEP-Sedes Sapientiae

Psicólogo (CRP-08/16521) - E-mail: viniciusrrgomes@gmail.com

#Inquietações_teóricas

Resumo: A psicanálise nos ensina que somos portadores do infantil que se configura como uma dimensão fora do tempo cronológico e como uma experiência “extratempo”, a possuir uma dimensão estruturante em nossas vidas. O infantil é uma noção central que nos remete ao conceito de fantasia. Valendo-se dessas considerações, neste trabalho, buscamos fazer um breve resgate das concepções freudianas acerca da fantasia, nos atentando às referências na obra de Melanie Klein e Jacques Lacan, com o intuito de ampliarmos nosso olhar sobre esse tema.

Palavras-chave: fantasia; psicanálise, infantil.

THE UNDYING CHILD: FANTASY IN PSYCHOANALYSIS

Abstract: Psychoanalysis teaches us that we are bearers of the infantile, which is configured as a dimension outside of chronological time and as an “extra-time” experience, having a structuring dimension in our lives. The infantile is a central notion that brings us to the concept of fantasy. Based on these considerations, in this work, we seek to briefly review Freud’s conceptions of fantasy, paying attention to the references in the work of Melanie Klein and Jacques Lacan, in order to broaden our perspective on this theme.

Keywords: fantasy; psychoanalysis, childhood.

EL NIÑO IMPERECEDERO: FANTASÍA EN PSICOANÁLISIS

Resumen: El psicoanálisis nos enseña que somos portadores de lo infantil, que se configura como una dimensión fuera del tiempo cronológico y como una experiencia “extra-tiempo”, que tiene una dimensión estructurante en nuestras vidas. Lo infantil es una noción central que nos lleva al concepto de fantasía. A partir de estas consideraciones, en este trabajo buscamos recuperar brevemente las concepciones freudianas de la fantasía, prestando atención a las referencias en la obra de Melanie Klein y Jacques Lacan, con el fin de ampliar nuestra perspectiva sobre este tema.

Palabras clave: fantasía; psicoanálisis; infancia.

Introdução

“O gênero humano não pode suportar tanta realidade”

(T.S.Eliot)

A psicanálise nos ensina que somos portadores do infantil. Trata-se, pois, de uma dimensão fora do tempo cronológico, uma experiência “extratempo” por assim dizer. Como aponta Figueiredo (2008), o infantil é uma espécie de idioma primitivo, insistente, repetitivo e imorredouro. Ao mesmo tempo em que busca tradução, resiste a esse esforço de simbolização e linguagem. 

Ao longo de sua obra, o caráter atemporal do infantil é apontado por Freud. Em seus escritos, o pai da psicanálise sublinhou um infantil que não se “desfaz” no adulto, mas, ao contrário disso, permanece determinando aquilo que o mesmo sujeito reconstrói na análise feita. O infantil tem, portanto, uma dimensão estruturante em nossas vidas. Ele nos remete ao desamparo, ao trauma e à sedução. Estes, no entanto, precisam ser inscritos numa ordem simbólica e por essa razão, é aqui o momento no qual entram as fantasias, a nos revelar a atemporalidade dos fenômenos inconscientes.

Valendo-se dessas considerações, neste trabalho buscamos fazer um breve resgate das concepções freudianas acerca das fantasias, nos atentando ainda às referências na obra de Melanie Klein e Jacques Lacan, com o intuito de ampliarmos nosso olhar. Para tanto, uma revisão de literatura sobre este conceito se fez necessária, à medida em que entendemos a importância de pensarmos os conceitos psicanalíticos como frutos da prática clínica, mas também enquanto apropriação criativa metaforizada do contexto no qual as noções são formuladas, permeado pelo cultural e social que perfazem a prática clínica psicanalítica (Aguiar, 2005; Hermann, 2015).

A noção de fantasia e de infantil em Freud

Em suas Conferências Introdutórias à Psicanálise, Freud (1916-17/1996) afirma que as fantasias são portadoras de uma realidade psíquica, a qual está em contraste com a realidade material. A seu ver, paulatinamente estamos entendendo que em um mundo permeado pelas neuroses, a realidade decisiva é a realidade psíquica.

Já em Estudos sobre histeria (1895/2016), Freud postulava que os acontecimentos da infância tinham importância na constituição dos sintomas da histeria. Assim sendo, perseguia cada fato da infância de seus pacientes na busca da experiência cuja lembrança recalcada tornou-se traumática e originou os sintomas.

Em A interpretação dos sonhos (1900/1996), a infância aparece como lembrança e fantasia fundante e constituinte do psiquismo. O sonho é visto como um modo de retorno do infantil, a recapitular aspectos das experiências recalcadas que não estariam acessíveis de outra forma. Isso pode ser visto no belíssimo filme Morangos Silvestres (1957), de Ingmar Bergman, cineasta que sabiamente considerava: “Fazer filmes é mergulhar até as mais profundas raízes, até o mundo da infância”.

Nos Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905/1996), vemos Freud apontar para o conceito de sobreposição: os modos mais arcaicos do desenvolvimento permanecem presentes na sexualidade do adulto, ou seja, o adulto portará para sempre o infantil que o constituiu. Creio que Marcel Proust capturou essa ideia de maneira magistral em sua obra Em busca do tempo perdido:

Os antigos dias vão cobrindo pouco a pouco os anteriores e são, por sua vez, enterrados pelos que lhe sucedem, mas cada dia antigo fica depositado em nós como uma imensa biblioteca em que há entre os livros mais velhos um exemplar que seguramente ninguém pedirá nunca. No entanto, esse dia antigo atravessando as translúcidas épocas seguintes sob a superfície e se estende em nós cobrindo-nos por inteiro, e durante um momento, os nomes recuperam seu antigo significado; os seres seu antigo rosto, nós, nossa alma de então (Proust, 2016)[1]

A partir disso, pode-se dizer que a organização sexual adulta contém as organizações sexuais infantis persistentes – ainda que ressignificadas ou revalorizadas. E que assim, desta forma, Freud contribuiu para destruir o mito da idade adulta, questionando os valores normativos de estabilidade e maturidade. Tubert (1999) faz uma crítica às teorias que consideram a infância como mera etapa, caracterizada pela imaturidade e com caráter provisório a caminho de uma pretensa maturidade definitiva. Para a autora, a maturidade seria uma máscara a reforçar a fronteira entre infância e idade adulta, de modo a ocultar aspectos que poderiam ser considerados como sinais inaceitáveis de maturidade (indecisões, dúvidas, por exemplo).

Com Freud, compreendemos que nos constituímos numa relação dialética entre a história (reconstrução e não evolução das relações intersubjetivas) e a situação presente (que atualiza e revela o histórico ao mesmo tempo em que lhe confere uma nova significação).

No artigo O inconsciente (1915/2014), Freud caracteriza a fantasia a partir de sua mobilidade, sendo o lugar e o momento de passagem de um registro da atividade psíquica para outro, irredutível ao registro consciente ou inconsciente. Em Freud, temos fantasias originárias tais como a cena primária, a castração e a fantasia da sedução. A universalidade de tais fantasias estaria ligada à transmissão filogenética, representando realidades das primeiras famílias humanas. Estas se relacionam assim: “cena primária – surgimento da excitação sexual por observar o coito dos pais; castração – ameaça de castração ou a própria castração; sedução – sedução de crianças” (Jorge, 2010, p. 239). 

Percebemos, ante o exposto, que as fantasias originárias estão sempre relacionadas ao enigma da origem, pretendendo fornecer alguma representação para tal, quer seja relacionado à origem do indivíduo (cena primária), origem da sexualidade (sedução) ou origem da diferença sexual (castração). Além disso, pode-se dizer que as fantasias originárias remetem ao enigma da sexualidade, pois é a falta de inscrição da diferença sexual no inconsciente que induz a necessidade de construção da fantasia por parte do sujeito.

Em Notas sobre o Bloco Mágico (1925/1996), Freud representa o aparelho psíquico de duas formas: através da noção da inscrição de traços mnêmicos inapagáveis; e da possibilidade inesgotável da realização de novas inscrições. O infantil tem caráter de traço mnêmico recalcado e com valor de determinação. O material psíquico é continuamente traduzido e por essa razão, o infantil não pode ser considerado uma transposição literal das experiências vividas. 

Nesse sentido, a psicanálise busca resgatar na fala dos pacientes não o fato tal como ele aconteceu objetivamente, mas o modo como este ficou grafado no psiquismo. Freud se distanciou deste modelo dos fatos em direção à interpretação que o próprio sujeito lhe atribuía. O que equivale dizer que a psicanálise valoriza a fantasia e não a toma como correspondente à mentira, mas antes como a verdade do sujeito do inconsciente. Como aponta Zavaroni, Viana e Celes (2007, n.p.):

Fatos e fantasias irão mesclar-se na construção das recordações e no engendramento do esquecimento, possibilitando a elaboração freudiana de que não há fato possível de ser reproduzido em sua integridade e não há fantasia que não possua uma conexão com a realidade (Grifo nosso).

A consideração da fantasia enquanto verdade psíquica confere ao infantil um estatuto que se estende para além daquilo que foi visto, ouvido ou vivido na infância, pois o infantil também se refere às sensações que ficaram grafadas no psiquismo, como os sons, os cheiros e as sensações táteis, as quais compõem as marcas mnêmicas primordiais e estende-se para além delas. 

Portanto, em psicanálise, a infância cronológica não pode ser confundida com o infantil reconstruído no discurso do analisando em meio à relação transferencial. O infantil não se dá a ver, mas se faz presente no discurso e no modo como o analisando se põe em análise. Dito de outra forma, a construção do infantil se dá a posteriori em análise e não abandona propriamente a realidade histórica vivida pela criança, já que o infantil se apoia na realidade da infância e se constitui a partir dela, transformando-a (Zavaroni, Viana & Celes, 2007).

Podemos dizer que os desejos e ansiedades inconscientes existem fora do tempo cronológico, numa espécie de temporalidade mítica capaz de vitalizar ou obturar experiências afetivas em qualquer idade. Possuímos possibilidades latentes ao longo da vida que podem ser revividas em situações críticas da existência. Como apontou Sandór Ferenczi: “Raspe o adulto e nele você encontrará a criança”.

De modo geral, podemos perceber que durante a primeira tópica, Freud concebeu o infantil no registro da sexualidade e no campo do desejo, sendo regulado pelo princípio do prazer. No entanto, a partir da segunda tópica, ele passa a tomar o infantil como aquilo que não pode ser erotizado, um afeto que não está inscrito no registro da representação e que ao mesmo tempo é regulado por algo além do princípio do prazer, remetendo à angústia e ao trauma, pelos quais o sujeito se lança ao desamparo. A busca por tradução e inscrição simbólica em torno de uma narrativa (que só se faz possível graças à fantasia), pode ser compreendida como um esforço simbólico para apaziguar o desamparo e o trauma, nos possibilitando construir laços com os outros e com o mundo – seja pela via artística, pela literatura ou pela vida cotidiana. 

Assim como o delírio na psicose, as fantasias, para o neurótico, representam uma tentativa de conter as invasões bárbaras daquilo que Lacan nomeou[2]. A fim de compreender melhor essa noção, nos debruçaremos doravante ao pensamento deste psicanalista francês.

A noção de fantasia em Lacan

“O valor da psicanálise está em operar sobre a fantasia”

(Lacan)

Lacan estabelece uma distinção entre o real e a realidade. Em seu entendimento, o conceito de real visa responder aos problemas e impasses inerentes à noção de realidade presente na obra freudiana (Jorge, 2010). Essa oposição entre duas realidades – uma interna e outra externa – nos mostra a importância do conceito de fantasia na obra de Freud. 

Para Freud (1938/2018), o aparelho psíquico deve fazer face a estímulos externos e internos. Os primeiros exigem uma simbolização, isto é, uma atividade psíquica a elaborar experiências que extrapolam a capacidade de assimilação; já os segundos, são constituídos de pedidos de satisfação pulsional que não cessam ao longo de nossa vida. Lacan concebe a realidade como simbólica/imaginária, sendo uma construção fantasística que cada sujeito lança mão para fazer frente ao real inominável e de caráter evasivo ao sentido. Se o sentido é o que caracteriza o imaginário e o duplo sentido é a marca do simbólico, o real se apresenta como o não-sentido ou estritamente impensável (Jorge, 2010), sendo por excelência o trauma aquilo que não pode ser assimilado pelo aparelho psíquico.

Nesse sentido, observamos em Lacan uma revisão da divisão freudiana entre realidade material/objetiva e realidade psíquica/subjetiva, sendo a primeira situada como real e a segunda constituída pela fantasia. Dito de outro modo, a oposição se dá entre real e fantasia e não entre realidade externa e interna. Freud já deixava pistas disso em sua obra Compêndio de psicanálise (1938/2018) ao afirmar que a realidade permanecerá sempre incognoscível.

Podemos dizer, portanto, que a partir de uma perspectiva lacaniana, a fantasia tem a função mediadora do encontro com o real, além de ser um freio em relação ao gozo destrutivo da pulsão de morte. O aparelho psíquico precisa se proteger e barrar os excessos internos e externos que exigem uma capacidade de simbolizar para elaborar tais experiências. Segundo Jorge (2010), a fantasia pode ser comparada a uma válvula de uma panela de pressão; isto é, quando a pressão pulsional aumenta, a fantasia entra em cena para diminuí-la e preservar o equilíbrio psíquico. Nas palavras de Jorge (2010, p. 239), “a fantasia inconsciente é o axioma de base da estrutura psíquica, axioma que se inscreve para cada sujeito como uma forma particular para fazer face ao real, ao não-saber inerente à diferença sexual”.

Em Lacan, aprendemos que a fantasia é sempre fantasia da relação sexual possível. Atravessá-la é a condição para o fim da análise. Fazer a travessia da fantasia significa, por conseguinte, fazer o neurótico deparar-se com o impossível em jogo na relação sexual. Tal travessia “ocasionaria um remanejamento das defesas e uma modificação da relação do sujeito com o gozo” (Jorge, 2010, p. 244). Nesse sentido, a fantasia consiste em uma forma de possibilitar o acesso ao gozo fálico (limitado e submetido à ameaça de castração) do objeto para sempre perdido.

A noção de fantasia em Klein

Numa perspectiva kleiniana, as fantasias são vistas como representantes psíquicas dos instintos ou mesmo expressão mental destes, cuja função de responsabilidade egoica seria a de formar relações de objeto e satisfazer impulsos desde o nosso nascimento. Hannah Segal (1975) estabelece uma conexão entre o conceito de fantasia e o desenvolvimento da personalidade, que se determinaria por meio das fantasias que o ego tem sobre si mesmo e sobre os objetos. Além disso, a autora aponta a relação entre fantasia e pensamento – atividades mentais que capacitam o ego a sustentar uma tensão sem descarga motora imediata. Segal argumenta que a origem do pensar está na fantasia, compreendida como uma atividade que a partir da introdução do princípio de realidade, é expelida e se torna livre do teste de realidade, passando a ser subordinada ao princípio do prazer. Já o pensamento, este seria desenvolvido a serviço do teste de realidade como meio de adiar a satisfação. Dito de outra forma, a fantasia assumiria na vida mental primitiva as funções que posteriormente serão assumidas pelo pensar.

A clínica psicanalítica na perspectiva kleiniana se volta ao mundo interno a fim de escutar, elaborar e transformar as fantasias. Creio que o célebre caso Dick de Melanie Klein, seja representativo para ilustrar o manejo clínico da fantasia. Entre 1929 e 1941, Klein recebe Dick com as seguintes queixas: capacidade de simbolizar atrofiada, vínculos precários, relações objetais não desenvolvidas e dificuldade em expressar suas angústias e agressividades. O trabalho de Klein se dá no sentido de inserir Dick no mundo das relações simbólicas, ativando e nomeando suas angústias e o levando a entrar em contato com o inconsciente via metáfora. Como para Klein o atendimento a crianças não tem caráter pedagógico, seu objetivo não era domesticar o menino, mas sim acessar suas fantasias levando-o a um abandono de defesas arcaicas (cisão, negação, idealização e identificação projetiva) em favor do desenvolvimento de vias melhores para lidar com a realidade. Deste modo, Klein mobiliza angústias e fantasias de Dick na tentativa de dar sentido aos estímulos caóticos que invadem o corpo de fora, de forma a traduzi-los em palavras a fim de abrir espaço para a simbolização.

Com os estudos de Klein, percebemos que o infantil busca um intérprete que possa lhe dar nome e figura. Quando não o encontra, busca uma saída, projetando-se sobre o corpo que adoece, bem como sobre o mundo e seus objetos que passam a adquirir feições persecutórias e terríveis. Ademais, um dos maiores méritos de Klein foi a descoberta de que a fantasia no adulto é a continuidade do brincar infantil; assim sendo, o processo analítico com crianças ou adultos tem na transferência uma reedição de experiências e padrões de relação. É como se a situação analítica ativasse o mundo interno trazendo à tona necessidades, desejos, medos, ansiedades, amor, tristeza e todo um caleidoscópio de experiências prazerosas e desprazerosas. Noutras palavras, a criança possui fantasias inconscientes e angústias que só se tornam toleráveis e benéficas mediante um trabalho de pensamento que chamamos de simbolização. A psicanálise busca propiciar tal capacidade de pensar, reparar e criar.

Considerações finais

Após buscarmos uma compreensão da noção de fantasia em Freud, Lacan e Klein, podemos compreender que nosso trabalho enquanto analistas passa pela escuta da maneira como o analisando narra sua infância enquanto marca mnêmica recalcada dos primeiros anos de vida, não sendo relevante apenas aquilo que o paciente recorda na compreensão dos sintomas, mas sobretudo, a infância esquecida/recalcada; afinal, a psicanálise se configura como uma luta contra a tendência ao esquecimento (Gagnebin 2006). A despeito desse trabalho de análise, devemos lembrar que a psicanálise não pretende esgotar o infantil, nem tampouco completar a construção da criança no trabalho de análise. Lembrar isso se faz particularmente necessário em meio a uma ideia que desde a modernidade toma a vida adulta como ideal de completude subjetiva a ser alcançado.

Não podendo ser esgotado, o infantil deve ser visto como o solo fundante e originário que ao nos confrontar com o desamparo e a ausência de sentido, nos impulsiona a inventar uma ficção/narrativa de nós mesmos, nos fazendo brincar de construir uma origem. Na análise, como bem disse Heidegger, “a origem está diante de nós”; e aqui a “origem” não está no sentido cronológico de causa inicial que separa um antes e um depois, pois a origem humana não é algo historicizável, mas sim historicizante. Por fim, encerro citando um poeta que com grande sensibilidade capturou tudo aquilo que tentei expressar neste trabalho, Paulo Hecker Filho (2014), em Idades:

“Já tive 15 anos. E 16, 17, 30…

Ainda tenho todas as idades, sou o que fui, continuo.

Não paro de querer tudo o que quis.

Não paro de perder tudo o que perdi”

Notas

[1] Trecho extraído do Documentário “Marcel Proust, uma vida de escritor”. Recuperado em 14 ago. 2021, de https://www.youtube.com/watch?v=iiJY2SFd3BI&ab_channel=Muggs.

[2] Aquilo que é da ordem do inominável e irrepresentável pelo aparelho psíquico, portanto, impossível de ser simbolizado

Referências

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Como citar esse texto

APA – Gomes, V. R. R. (2021). O infantil imorredouro: fantasia em psicanálise. CadernoS de PsicologiaS, 2. Recuperado de https://cadernosdepsicologias.crppr.org.br/o-infantil-imorredouro-fantasia-em-psicanalise/

ABNT – GOMES, V. R. R. O infantil imorredouro: fantasia em psicanálise. CadernoS de PsicologiaS, Curitiba, n. 2, 2021. Disponível em: <https://cadernosdepsicologias.crppr.org.br/o-infantil-imorredouro-fantasia-em-psicanalise/>. Acesso em: __/__/____ .